quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Quando eu digo :Dança



É como se falasse com um "Eu" que desconheço. Das agressões á delicadeza, do leve ao sapato de cimento que me encrava no chão me fazendo levitar com duas asas transparentes do tamanho da palma da minha mão. Vai além da grandeza, além do limite dito pelos homens.

Na verdade mergulho no poço de olhos vendados sem saber se tem agua ou veneno, apenas pulo movimentando o meu corpo ao um som silencioso e pesado ao mesmo tempo.

Meus músculos são trabalhados ao ritmo das emoções que me deixam inclinar até a diagonal sem me pressionar a escolher a linha reta, a direita ou a esquerda a seguir. Meus diálogos mais profundos são entre gestos e mente transmitidos por meus olhos e minha coluna, vertebra por vertebra. Descarregando perguntas em um rodopio de respostas confusas, caindo no chão, acalmando-se no alicerce de energias positivas.


Tenho o palco como alma, as expressões como desabafo e  dança como a afirmação de existência própria. Travo batalhas, ultrapasso meus limites, sonho e me realizo, grito calado, dou gargalhadas com os pés em uma leve pirueta, acredito que me faça amar e ser amado, não pelas pessoas e sim por mim mesmo.Talvez um dia muitos encontrem essa vida entre um balançar e um pular. Pra mim a dança é vestir a melodia e me despir aos poucos buscando o equilíbrio.
Texto : Ronábio Lima